Teologia do quebra-cabeça

Ao nos tornarmos cristãos, viver se torna algo mais completo e cheio de profundidade e propósito, de repente apenas nos satisfazer e alcançar os sonhos que planejamos para nós mesmos não é o suficiente. Sabemos que existe algo mais, existe uma verdadeira plenitude e aquele vazio que sempre existiu em nós é preenchido.

O choro do recém-nascido

Na conversa entre Jesus e Nicodemos o ponto chave e a maior inquietação sentida por Nicodemos é a declaração de Jesus “... Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo” (Jo 3.3). Ao encontrarmos Jesus, nós percebemos que teremos que ser desconstruídos, repensar nossos conceitos e então nascer de novo. A partir dos cacos que você se tornou e deixou que o grande oleiro fosse moldando, tudo se faz novo.


Seguir Jesus é ir além de um encontro na calada da noite, quando nenhum dos seus amigos fariseus está vendo. É carregar sua cruz, considerar tudo como perda. Cristo quer destruir os seus sonhos. Como C.S Lewis afirma, “Ele [Deus] sempre soube que o meu castelo era de areia. A única maneira de fazer com que eu me conscientizasse disso era pisoteando-o”.

A analogia do quebra-cabeça

Na minha infância fiz algumas seções em uma fonoaudióloga, e ela me colocava às vezes para montar um quebra-cabeça (não me pergunte o por quê). Também fiz alguns com meus pais, e hoje até tenho vontade de voltar a brincar com eles, mas é algo que exige bastante tempo. 

Será que você já parou para pensar no processo de fazer aquele quebra-cabeça? É interessante ver como podemos aplicar essa analogia em um momento da vida em que perdemos nossas estruturas. Assim como um quebra-cabeça, o inicio fica caótico, e para resolver parece não haver um inicio certo, apenas palpites tentando a sorte. Mas existem estratégias para se resolver um quebra-cabeça, todas exigem paciência e sabedoria, e não apenas palpites ou sorte.



O mais curioso disso é o o que acontece no processo para montá-lo. Quando você pegar todos aqueles pedaços de um todo que por algum motivo foram despedaçados e tirados de ordem, e começar a organizá-los, você vai aprender todos os detalhes. Caso seja uma paisagem, você reconhecerá cada ponto do céu ou as folhas de uma árvore, tudo fará mais sentido e beleza para você, além disso, você dará mais valor pelo grande trabalho que foi fazer aquele cenário. E de repente, você forma aquilo que tinha sido destruído em algo completo de novo, mas ainda melhor pois você entende cada peça que foi colocada ali, e aquele processo que parecia interminável e sem sentido, se faz muito valioso pois tem um pouco de você em cada pedaço daquele todo.

A peça angular

Existe uma diferença nessa relação do quebra-cabeça, nele você pode perder peças e nunca mais encontrá-las, e apesar de achar que isso pode acontecer conosco, que não há solução e que seremos para sempre incompletos, nos deparamos com o maior estrategista para resolver a nossa montagem. Ele preparou desde o princípio um plano perfeito de reconstrução e vem feito isso na nossa vida. A peça que falta para terminarmos nosso quebra-cabeça é Jesus. Ele é a “peça angular” que se encaixa em qualquer lugar ou situação. Estando com ela, tudo fica menos complicado e podemos descansar que o quebra-cabeça que começou vai ser terminado e ficará completo para sempre.


“Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).

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