O Deus que deixa marcas - Deus-homem #3

Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim". (Lc 22.19, NVI)

Andrew Eason: Flickr
A Páscoa acabou e agora podemos tocar nossa vida como normalmente, certo? Nem tanto. Primeiro, vamos terminar nossa reflexão em Lucas 22 e ai veremos. Indo ao versículo 19, enquanto participam da última ceia de Jesus aqui na Terra, Cristo recomenda que os discípulos sempre façam isso em Sua memória. Até aquele momento, a Páscoa era uma data instituída por Deus para que o povo de Israel se lembrasse e alegrasse com a libertação do Egito. Mas agora ela ganha novo significado. A nova libertação é chegada. Agora a data nos lembra que Deus nos livrou das amarras do pecado.

Deus sabe o quanto nosso coração é ingrato. Somos fáceis em esquecer os favores que recebemos. Por isso a instituição dessa ordenança. Devemos sempre ter em mente o sacrifício do Cordeiro de Deus e Sua ressureição, pois é a morte de Cristo que nos faz lembrar de nossa situação deplorável e irremediável, da justiça e o amor de Deus em enviar Seu Filho para receber a punição em nosso lugar, e dos prazeres e obrigações de uma nova vida justificada.

Racionalizando

De modo algum a Páscoa deve ser o hábito de se abster da carne vermelha ou apenas ouvir e falar uma sopa de palavras de efeito sem qualquer sentido último, como faz o Carlinhos Brown. Isso seria altamente religioso e vazio de significado. A Páscoa tem que trazer à memória a lembrança. E isso exige uma reflexão intencional, que, por fim requer uma ação racional. Isso implica que, se não podemos fazer os rituais de forma mecânica, tampouco devemos nos entregar a sentimentos infundados. Não caia nessa de "espírito da páscoa" assim como a do "espírito natalino".

Fazendo isso, logo percebemos que essa ação racional de lembrarmos da morte e ressureição de nosso Senhor não se limitará a semana santa. Uma boa reflexão nos levará a constatar que uma graça tão abundante precisa sempre estar à vista de nossa alma, afinal, isso é o que nos traz esperança (Lm 3.21; Tt 1.2; 1Pe 1.3). Soa clichê, mas eu não estou falando que todo dia é Páscoa. Estou querendo dizer que devemos sempre lembrar da "paixão" de Cristo. Isso é fundamental para a nossa peregrinação.

Marcas

Por fim, será fácil perceber que há uma saudade de nosso Senhor. Não que Ele não esteja conosco, mas queremos estar mais perto. O desejo de Moisés de ver a Deus estufa nosso peito agradecido. É belo se certificar que ao carregarmos nossa cruz em Sua memória, também adquirimos marcas, o selo do Espírito carimbado em nossa alma. Já fomos crucificados com Ele. Agora, Cristo vive em nós e em breve viveremos com Ele.

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