Lula ou Bolsonaro: quem deveria governar o Brasil?

Recentemente, com as más notícias a respeito do atual presidente Temer, a discussão sobre sua substituição por outro nome tomou proporções de final de Copa do Mundo. Todos tinham uma opinião para dizer. A divergência começa, porém, no nome que deveria substituir o presidente. Os brados mais forte chamam pelo ex-presidente Lula ou o deputado Jair Bolsonaro. Quem é o melhor nome?

Essa é a forte briga entre o que chamamos de "esquerda" e "direita". Cada um desses eixos pedem um dos personagens acima citados, baseado em sua ideologia. E depois, defendem suas posições com unhas e dentes. O que vemos como resultado disso é a noção completamente alienada (termo não muito apropriado nesse post) de que sua posição política é a perfeita, infalível, capaz de traduzir e propor soluções para cada aspecto dos anseios nacionais. O oposto se atribui à ideologia oposta, que é o mal da nação, a escória que só aponta soluções falhas. 

Um "novo evangelho"

O que esse embate cada vez mais acirrado gera é uma visão escatológica [1] de que sua ideologia política é a redenção do país, e até a solução para o mundo. O cientista político David T. Koyzis perspicazmente demonstra que toda ideologia é uma idolatria. "Ela provém do comprometimento religioso (idólatra) de uma pessoa ou comunidade" [2]. Ou seja, toda ideologia se baseia em uma percepção (distribuição de renda, liberdade individual, opinião coletiva), um aspecto da criação (o Estado, o homem, a maioria), e o eleva como o mais importante ponto a ser visto, chegando assim a deificá-lo.

E mais, conforme o Koyzis, citando Goudzwaard, diz: "a ideologia amadurecida é uma falsa revelação da criação, da queda e da redenção" [2]. Todas as posições políticas têm uma resposta para o mal que há no mundo (queda) e de como podemos chegar ao futuro perfeito (redenção). E o pior é que o redentor é a própria ideologia. Assim, toda ideologia substitui a Verdade do Evangelho, trazendo sua própria narrativa do curso da história da humanidade.

Ideolatria

Perceba o quão comum se tornou toda essa "religião". Pessoas se digladiam nas redes sociais e nas colunas de jornais. Respiram todos esse embate político diariamente. Só falam disso; só pensam nisso. Para eles, a salvação é o Bolsonaro ou o Lula; a Direita ou a Esquerda. E assim começam a pregar seu "evangelho" e defender a sua "fé". Eles seguem uma ideolatria. Veja bem: não a problema nenhum, a priori, em ter um posicionamento político. Mas não enxergar a dimensão espiritual de toda ideologia é um perigo que o levará, imperceptivelmente a servir a dois senhores, a dois "evangelhos", a dois "messias".

O que os militantes políticos não enxergam é que eles adoram o imperfeito, a criação de homens. Sua adoração está nas ideologias em vez do Deus Triúno. Sua fé não está no Cristo como o verdadeiro redentor e sim num candidato; sua esperança não está no Deus Pai como verdadeiro juiz e sim no Estado; sua força não está no Espírito como verdadeiro agente de instalação do Reino de Deus e sim na revolução ou no livre mercado.

O Reino

Esse Reino aliás, é completamente esquecido. Não se olha mais para a primeira vinda de Cristo como a instauração de Seu Reino e sua segunda vinda como a consumação deste. E isso é uma lástima. Os cristãos pouco pensam no fim deste mundo e quando refletem, parecem que estão imaginando um filme de terror. Meu irmão, a vinda de Cristo é a vinda do seu Amado, é a consolidação dos planos do seu Deus e sua redenção junto com toda a criação. Será um dia glorioso e o único dia em que se verá a solução para os problemas do mundo.

Leia atentamente: ore para que nos venha esse Reino. Antes de ser cidadão deste mundo, você é cidadão do céu. Gaste mais tempo militando em favor do Evangelho do que do seu candidato favorito. E o mais importante: ponha sua fé em Jesus Cristo. Isso inclui submeter toda autoridade e ideologia aos Seus decretos. Não defenda uma ideologia, defenda os pressupostos cristãos, a moral cristã. Nenhuma ideologia detém toda a verdade, apenas a Palavra de Deus é a Verdade.

Venha a nós o Teu Reino, seja feita a Tua vontade, assim na terra como é no Céu.

Tem hino top no final:

Referências

[1] Escatologia é o estudo das últimas coisas, como o arrebatamento, a segunda vinda de Cristo e o milênio.
[2] KOYZIS, D. T. Visões e ilusões políticas: uma análise e crítica cristã das ideologias contemporâneas. Editora Vida Nova, 2014.

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