Sim para impeachment do Ministro da Adoração
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As castas
Está se tornando comum a criação de uma casta nas Comunidades que se denomina "Os Adoradores". Eles se olham no espelho e acham que são adoradores natos, separados para instruir e conduzir o corpo da Igreja à adoração, como Moisés fez com os hebreus. Para eles, a adoração é um talento em que eles são mais virtuosos que o restante dos irmãos. Os cabra têm unção. Já há até músicas no segmento gospel onde eles falam de sua elevada posição, parecendo querer distinguir-se dos demais. Eu gostaria de saber se, quando cantam essas canções, eles estão reivindicando seu cargo a Deus - que esqueceu de adicioná-los na Bíblia ao lado dos presbíteros e diáconos - ou se estão impondo sua autoridade aos homens.
O fato é que os homens engoliram essa. Alguns realmente acreditam que aqueles ali na frente com os microfones e instrumentos têm o dom da adoração. Talvez eles nunca tenham parado pra perceber que creem nisso, apenas são levados pelas "ministrações" dos líderes de louvor. O problema surge porque esse engodo leva a considerar minha adoração menos "talentosa" que a deles, sendo, digamos, de segunda linha. E isso leva "Os Adoradores" a errarem da mesma maneira que os fariseus, e assim eles comprometem a peregrinação de muitos (Mt 23.13-15).
Sacerdócio real
Em 1Jo 2.20-27, o apóstolo João fala que recebemos uma unção. Ele se refere a prática de ungir, isto é, untar com óleo os sacerdotes do Antigo Testamento e somente eles (Ex 30.32-33). Ora, o sacerdote era aquele responsável, dentre outras coisas, pela execução de sacramentos de adoração no templo. Sendo assim, o que João está afirmando é que agora todos nós eleitos somos sacerdotes. O mesmo João revela isso em Apocalipse 1.6 e Pedro corrobora nos chamando de "sacerdócio real" (1Pe 2.9).
A verdade é que somos todos adoradores de igual modo. Não existe níveis hierárquicos ou de intensidade. Só há aquele que adora a Deus com espiritualidade e conhecimento (Jo 4. 22-24) ou não há adoração. Não há "levitas". O sacrifício propiciatório de nosso Senhor Jesus rasgou o véu ao meio (Mt 27.51) e agora Ele, que é o nosso sumo sacerdote, nos permite achegar ao trono do Pai (Hb 4.14-16). Essa é a doutrina do "Sacerdócio universal de todos os crentes", que tem seu principal expositor a figura do reformador Lutero [1]. Essa doutrina, aliás, foi imprescindível pra a Reforma Protestante.
Heresias
O termo "heresia" está em alta e isso tem trazidos alguns constrangimentos. Mas foi assim que João enquadrou o que estava acontecendo no decorrer de sua primeira carta. Ao comentar a passagem de 1ª João 2, Hernandes Dias Lopes diz:
Os falsos cristãos do tempo de João costumavam usar duas palavras para descrever sua experiência: “conhecimento” e “unção”. Afirmavam ter uma unção especial de Deus que lhes dava um conhecimento singular. Eram “iluminados” e, portanto, viviam em um nível muito mais elevado do que o restante das pessoas. Mas João ressalta que todos os cristãos verdadeiros conhecem a Deus e recebem o Espírito de Deus. [2]
Não podemos deslizar nesses erros. Conforme João diz, temos uma unção que nos dá entendimento. Sejamos lúcidos para desfrutarmos do livre acesso ao Pai.
Referências: tomei vergonha pra organizar minhas citações
[1] Timothy George. Em <http://www.monergismo.com/textos/igreja/sacerdocio_lutero_timothy.htm> Acesso em 19 de abril de 2017.
[2] Hernandes Dias Lopes. 1, 2, 3 João - Comentários expositivos Hagnos. Editora Hagnos.
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