Omissão não é retidão - Série Humildade #1

Recentemente vi um conhecido meu querendo - ao meu ver - passar a perna em outrem. Enquanto eu tentava dissuadi-lo, um terceiro ficou durante toda a conversa em cima do muro, com alguns comentários se posicionando ora para um lado, ora pra outro. Aquilo me irritou - sim, irritar de pecar mesmo! Pra piorar, lembrei depois dali quantas vezes ele já tinha sido omisso em outros impasses como aquele. E então, como um soco no estômago, descobri vezes em que eu fiz o mesmo. E pior, pensando que estava fazendo o correto.

Servo mau

Em Mateus 24, a partir do versículo 14, Cristo traz a parábola dos talentos. Os servos das parábolas ganham moedas para ganhar lucro, mas um deles não aplica a quantia, mas a esconde. Examinando pela escritura, por vezes, somos aquele que escondeu o talento. E o pior é que fazemos isso alegando estarmos sendo humildes, piedosos (Mt 25.24-25). Temos o Espírito Santo nos capacitando para toda boa obra mas recusamos levantar a voz e tomar partido, afinal, quem somos nós para estarmos com a razão? Só iríamos causar constrangimento. É claro que não estou dizendo aqui pra você ser o Batman ou defender a revolução comunista. Só pra deixar claro.

Dons são dados para sua Igreja

Bobo Boom: Flickr
Outro fator importante da parábola é o fato dos três servos terem sidos capacitados com recursos. Assim também o Espírito Santo de Deus nos capacitou. Logo, é inadmissível ver irmãos se negando a dar um sermão, a fazer um evangelismo pessoal, orar ou trazer um estudo. Os dons foram dados para a Igreja (1Co 12.7) e não para serem guardados ou usados como pena de pavão para trazer atenção e glória.
É claro que você pode não ter o dom específico para a ocasião, mas tem o Espírito Santo e a grande comissão como ordem para abrir sua boca. É claro que você pode não ter instrução, seminário ou ensino médio, mas o sapateiro que pregou pro jovem Charles Spurgeon, o príncipe dos pregadores, provavelmente também não tinha. Há, mas você tem problemas psicológicos ou fonoaudiólogo? Moisés também tinha.

Omissão é ingratidão

Não há desculpa. Falar de Cristo é um imperativo para o cristão. Um imperativo cumprido não por se tratar de uma ordem, mas por gratidão. É fácil falar bem de alguém quando se está grato por um favor. É fácil falar de algo que permeia sua vida. Cristo me fez O favor. Se assim foi com você, procure ter um coração grato por isso. É o mínimo! Essa de sentar no banco e sair de fininho definitivamente não é uma postura humilde. É ingratidão.

Omissão é egoísmo

Tiago fala em sua carta que omissão é pecado (Tg 4.17). Fazer o bem também é um imperativo para o cristão. Na verdade, todas as vezes que nos escondemos dessa maneira, estamos mostrando o quão egoísta nós somos. Todas as vezes que mantemos o silêncio dos covardes quando deveríamos firmar nossa posição, mostramos o quanto não nos importamos com os outros.
Veja bem, todas as vezes em que nos omitimos, estamos corroborando para levar almas ao inferno. Estamos vendo elas caminharem para lá, fitamos o rosto delas e continuamos a nossa peregrinação de fé com indiferença, como se ela fosse mais uma na multidão que apenas segue seu caminho para qualquer lugar insignificante. É isso que vem dizer a carta de um ateu. Leia e pondere:

"Vocês [Cristãos] estão mesmo convencidos de que têm todas as respostas. Vocês convenceram-se a acreditar que estão 100% certos. Muito bem, deixem-me dizer-vos apenas uma coisa. Vocês consideram-se compassivos em relação aos outros seres humanos?
Se vocês estão certos, como vocês dizem que estão, como é que conseguem dormir à noite? Quando vocês falam comigo, estão a falar com uma pessoa que vocês acreditam estar a caminhar para a perdição eterna.
Vocês acreditam que estão a falar com alguém que caminha para a carnificina eterna de dôr horrível que o vosso deus de ‘amor’ criou, no entanto vocês não fazem nada.
Se vocês verdadeiramente acreditassem que todos os dias milhares de pessoas estão a ser lançadas num sítio onde o destino é eterno e imutável, vocês deveriam estar a correr as estradas cheios de raiva devido à cegueira de quem não acredita no inferno.
Isto é equivalente a estares numa cruzamento a observar pessoas a passarem por ti cegamente, e tu não fazeres nada enquanto elas caminham tranquilamente para o meio da estrada, sendo depois atropeladas por um autocarro em alta velocidade.
Isto tudo enquanto tu observas calmamente o que se está à passar, à espera que o sinal dê “Verde” para os peões para poderes avançar.
Pensa.
Se a Bíblia está certa, imagina os horrores que o Inferno reserva. Será que vais deixar isso acontecer sem te importares com a salvação de mais ninguém para além da tua?
Se tu estás certo então tu não só és uma pessoa que não se preocupa mas também uma pessoa puramente egoísta (obscenidade) que não tem o direito de falar sobre assuntos como o amor e a preocupação.
"

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